Clube de Jazz

Show marca o lançamento da edição física do álbum “Vórtice”. No encarte, um texto feito especialmente por Egberto Gismonti sobre o disco.

Em “Vórtice”, o compositor, arranjador e instrumentista Rafael Martini aborda os pontos de encontro entre diferentes universos e desvela sincronias entre mundos aparentemente paralelos.

O álbum traz músicas próprias que dialogam com o jazz contemporâneo na apresentação de temas com forte assinatura e apontam para uma polifonia intrincada nos arranjos, onde os universos do rock e da música eletrônica são grandes turbinas abastecidas com uma base firme na música instrumental brasileira.

Com versões radicais, “Vórtice” propõe novos atravessamentos na obra de Tom Jobim (“Meditação” em parceria com Newton Mendonça) relendo-a com a ajuda do “om” dos mantras indianos e timbres contemporâneos, em um andamento drasticamente lento, trazendo a música para um ambiente inusitado e, ao mesmo tempo, à um lugar onde ela parece ser pertencente. Ou, na célebre “The Rain Song”, do grupo de rock inglês Led Zeppelin, essa canção é levada ao seu limite para caber em um espaço por vezes pesado, melancólico, lisérgico e guiado por uma performance que parte da fúria e da invenção rítmica como força motriz. Nessa mesma faixa, Martini, além do piano e dos sintetizadores, mostra a sua força como cantor versátil e expressivo.